Por Stella Rodrigues
Sexteto passou pelo HSBC Brasil na última sexta, 27, com sua turnê comemorativa de 30 anos de carreira
Foto: Taiz Dering/Divulgação
Na última sexta, 27, o Village People brincou de levar o público que compareceu ao HSBC Brasil em uma viagem no túnel do tempo, direto aos anos setenta, quando reinavam absolutos e a disco music estava em seu auge. Um pouco antes das 22h30, subiram ao palco os integrantes originais do sexteto Felipe Rose (o índio), David "Scar" Hodo (o operário) e Alex Briley (o soldado), além de Ray Simpson (o policial e cantor principal), Eric Anzalone (o motoqueiro) e Jeff Olson (o caubói), que entraram depois, mas já somam uns bons anos no grupo.
A atual turnê deles é comemorativa do 30 anos de carreira, marco alcançado há quatro anos. O giro começou à época da celebração de três décadas de existência e já passou pelo Brasil anteriormente. Mas a turnê segue rodando o mundo, levando os maiores sucessos dos rapazes - agora já nem tanto - de Nova York e de outros artistas daquele período.
O grupo canta e dança, mas não se trata de uma banda. Logo, assim que deram as caras, teve início o playback. Os integrantes entraram um a um, da forma teatral que já podia se esperar, e começaram a performance com "Gimme Some Lovin" (original do Spencer Davis Group que ganhou um enorme número de versões ao longo dos anos). A casa de shows, segundo a assessoria de imprensa, recebeu cerca de 1500 pessoas. Eram muitas famílias, grupos de amigas ém torno de 50 anos e até senhores e senhoras de idade. O público foi acomodado em mesas, mas logo nos primeiros acordes, muita gente não conseguiu ficar sentada e as laterais da pista ficaram tomadas daqueles que queriam aproveitar o que a disco traz de melhor, que é a oportunidade de dançar. O amontoado de gente em pé aumentou ainda mais na canção seguinte, "Macho Man".
Brincalhões, os seis membros se revezavam ao microfone a cada intervalo para interagir com a plateia, sabiamente entrando na memória afetiva das pessoas, a cada música. Isso ficou mais evidente na introdução que antecedeu "Trash Disco", com direito a relembrar diversos grandes hits de dois momentos da década de setenta, antes e depois do surgimento do Village People. O exercício de memória não passou só pela nostalgia musical: os integrantes mencionaram, ainda, sapatos de plataforma, "pessoas brancas usando afro" e vestidos tubinho, sendo que os itens vieram acompanhados de alguns "nossa, lembra disso?!" dos presentes. A performance dessa faixa foi, talvez, a mais cheia de rebolados e uma das mais empolgantes do show.
A noite ainda traria "Can't Stop the Music", trilha do musical estrelado por eles em 1980 (em português, A Música Não Pode Parar) e uma das mais esperadas. Em seguida foi a vez de "In The Navy", quando o policial sai correndo e volta vestido de marinheiro. Para esse final, bandeiras coloridas girando, como parte da coreografia e, mais tarde, bandeiras do Brasil e Estados Unidos levadas ao alto, com direito a chuva de purpurina.
O retorno para o bis foi logo em seguida. Começou por "Go West", música que, embora o grupo tenha negado em algumas ocasiões, é comumente tida como referência à cidade de São Francisco e à forte cena de defesa dos direitos dos homossexuais que acontecia na cidade na época. Antes de encerrar, os rapazes disseram que tinham tempo para mais uma e pediram que o público escolhesse qual seria. É claro que diversos braços foram ao alto fazendo descoordenadamente a coreografia de "YMCA", hit absoluto do grupo, que ainda não havia sido cantada. "Ok", disseram, "mas só se vocês aprenderem a coreografia direito. Nada daquele 'm' que parece uma pose de macaco, já vi muita gente errando feio em casamento e bar mitzvah." Cheios de graça, fizeram um workshop com ares de improviso, mas para lá de ensaiado, e cantaram/dançaram a faixa mais esperada, antes de se despedirem do curto show, de pouco mais de uma hora.
O Village People segue agora para Florianópolis, onde faz sua segunda e última apresentação nesta passagem pelo Brasil. Veja mais informações abaixo:
Village People em Florianópolis
Floripa Music Hall - Rua Henrique Valgas, 113 - Centro
R$ 100 (pista), R$180 (mezanino), R$ 200 (pista premium), de R$ 250 a R$ 400 (camarote) - valores relativos ao primeiro lote
Vendas online: www.blueticket.com.br
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