quinta-feira, 12 de junho de 2008

Coldplay segue a vida

Coldplay - Viva La Vida - Live



O novo disco do Coldplay, "Viva La Vida or Death And All His Friends", que chega em CD às lojas do mundo hoje (mas ganhou a internet na última sexta, no MySpace oficial da banda e, também, em formas ilegais de compartilhamento de música), não é fácil de digerir.

Para quem esperava mais do mesmo, Chris Martin, líder da banda inglesa, avisa: "Esse disco foi impulsionado por um desejo de sair do preto-e-branco para o colorido", justifica. O quarteto se permitiu experimentar e isso fica claro logo na primeira faixa, "Life in Technicolor", introdução que parece qualquer coisa, menos Coldplay.

Essa mudança de conceitos musicais (evidenciada logo na segunda faixa, "Yes", em que a banda se cerca de arranjos de cordas e tablas e conta com um vocal mais grave de Martin) fez bem ao grupo. E talvez o próprio mercado musical tenha ajudado – eles ouviram Rammstein, Tinariwen, Marvin Gaye, Radiohead, Jay-Z, Golden Gate Trio, My Bloody Valentine, Gerschwin, Delakota e Blonde Redhead para compor.

"Acho que é o nosso disco mais ousado e confiante", diz o baixista Guy Berryman. E verdadeiramente é. O quarto álbum de estúdio do Coldplay é ousado e até pretensioso, a começar pela capa – inspirada em um quadro do pintor romântico francês Eugène Delacroix, com título que remete à obra da pintora mexicana Frida Kahlo. Seria "Viva La Vida..." uma busca pela arte?

"O álbum está aí para entreter as pessoas – para oferecer 42 minutos de diversão, com dez grandes músicas que serão cada uma a predileta de alguém", diz Martin. De fato, são dez faixas bem distintas umas das outras. Há rock sujo, elementos eletrônicos, o velho piano de Martin, baterias esquisitas e sombras dos discos anteriores – a música de trabalho "Violet Hill" carrega um quê de "Parachutes" (2000), "Rush of Blood To The Head" (2002) e "X Y" (2005).

No entanto, a gravação quase toda ao vivo e os ensaios em uma confeitaria abandonada de Londres fazem o disco soar estranhamente vivo. "Culpa" dos produtores Brian Eno (U2) e Markus Dravs (Arcade Fire) que souberam completar o clima idealizado pela banda.

Tem peso, tem melodia, ótimos arranjos, instrumentos inusitados, vocalizações e um certo descompromisso, mas ainda é Coldplay – alegre, introspectivo e quase épico. Basta ouvir faixas como "Cemeteries of London" e "Strawberry Swing". Ou ainda em "42" ("There Must be Something More"), "Viva La Vida" ou "Death And All His Friends".

"Elas (as músicas) são pra cima e pra baixo e fora de ordem. Não havia planos para as letras, elas simplesmente acabaram surgindo. Há sempre amor, alegria e empolgação em nossa música", define Martin.

Confira

Coldplay

"Viva La Vida or Death And All His Friends"

EMI 10 faixas

Quanto: R$ 30, em média

Opinião dos fãs

Na comunidade brasileira do Coldplay no Orkut, os fãs analisaram o novo disco. Confira o que eles acharam:

"A música ‘Cemeteries of London’ é uma das razões por que eu achei o álbum esquisito e bem diferente do que eu esperava"

Fonzie

"Engraçado... eu achei que o álbum não tem nada de diferente. Para mim, é um álbum bem estilo Coldplay"

Bruno Barros

"É o álbum com mais reverberação (eu gosto muito desse aspecto em um disco). Mas o ruim é a duração das faixas"

Leonardo Côrtes

"Sem comentários para ‘Violet Hill’, que enriquece ainda mais quando vemos o clipe com os políticos dançarinos. Ficou perfeito. Achei um disco bastante maduro e diversificado"

Carol Tavares

"A primeira impressão que tive é que eles realmente mudaram. Não é o que se pode chamar de um álbum elétrico. Senti falta de guitarra e piano, que é o que dá o toque no Coldplay"

Geovane Speckhahn



(Tatiana Wuo)

gazetaonline.com.br

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