segunda-feira, 16 de junho de 2008

Vander Lee: o mineiro preferido das cantoras

Vídeo: Vander Lee - Esperando Aviões


O mineiro preferido das cantoras


Para o grande público, o nome do cantor e compositor Vander Lee pode estar associado a artistas como Gal Costa, Leila Pinheiro, Emilinha Borba, Alcione ou Rita Ribeiro - cantoras que gravaram composições do músico mineiro. Mas a história de Lee começou bem antes, no início dos anos 80, quando ele se apresentava no circuito de bares de Belo Horizonte.

De lá para cá, ele lançou quatro discos e chega agora ao seu primeiro DVD, "Pensei que Fosse o Céu" (Indie Records), gravado ao vivo, em junho deste ano, no Palácio das Artes, na capital mineira.

Com direção musical do próprio Vander Lee, o DVD traz 25 faixas colhidas de sua obra - 14 delas incluídas no CD de mesmo nome que chega às lojas junto com o vídeo. Há espaço também para extras, como o making of do show.

"A escolha do repertório foi bem simples mesmo, aliás, como eu acho que deve ser. Eu quis mostrar as músicas mais conhecidas e acrescentar um pouco de músicas inéditas e outras menos conhecidas do público", explica Vander Lee, em entrevista por telefone ao Caderno Dois.

Parceria. O panorama da carreira de Lee é bem traçado na romântica "Contra o Tempo", lançada originalmente em 1997, no seu álbum de estréia, e nas cinco faixas inéditas, como o samba "Bangalô", que inaugura a sua parceria com Zeca Baleiro.

"Tem outra inédita, ‘Pensei que Fosse o Céu’, que dá título ao disco. Outras faixas que eu destaco são ‘Do Brasil’, um baião de crítica social, e ‘Galo e Cruzeiro’, do meu segundo disco", diz Lee.

Suas músicas misturam ritmos como balada, samba, reggae, xote, folk e rock, sempre executados com competência pela banda que o acompanha: Luiz Peixoto (guitarras e violão), Ivan Corrêa (baixo), Lincoln Cheib (bateria), Ricardo Fiúza (piano e teclados), Vinícius Augustus (sopros) e Marco Lobo e Ricardo Cheib (percussão). Uma safra, das boas, de músicos mineiros.

Aliás, as influências de Lee não poderiam vir de outro lugar senão da própria música mineira. "Quando tocava na noite, pude homenagear muito a música feita aqui. Tocava Milton Nascimento, Geraldo Pereira - sambista mineiro que foi para o Rio de Janeiro -, Ary Barroso. Acho que, de alguma forma, minha música reflete uma evolução sobre essa temática da música de Minas", explica Lee.

Mas ele garante que bebe também em outras fontes. "Sou cria do rádio e por isso sempre ouvi de tudo. Busco referências na música carioca, nordestina e norte-americana, principalmente a black music de Stevie Wonder e Ray Charles", enumera.

História. Vander Lee lembra que começou a ficar mais conhecido a partir de 2003, mas que antes disso, em 1986, já começava a dar seus primeiros passos na MPB. "Há 20 anos, eu tocava com outros artistas e era cantor de bailes e festivais. Também dei aulas. Fiz de tudo um pouco na música. Nós, músicos, somos guerreiros porque passamos por muitas dificuldades e continuamos firmes", afirma.

Ele recorda que sua carreira como compositor começou a deslanchar mesmo em 1999, quando foi "amadrinhado" pela cantora Elza Soares. "Até então eu tinha gravado um disco, mas continuava cantando na noite. Participei de vários shows dela e pude mostrar meu lado autoral", conta. Depois disso, Gal Costa gravou a música "Onde Deus Possa me Ouvir", composta por ele.

O menino que começou a tocar violão e a compor aos 15 anos, e hoje tem 40, comemora os bons frutos que vem colhendo com sua carreira, sempre dedicada à qualidade. "Estou vivendo a minha melhor fase", comemora Vander Lee.(Tatiana Wuo)

A Gazeta

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