sábado, 25 de setembro de 2010

Chicago e America fazem a noite do flashback no Rio

Nós também nos perguntamos por que levamos tanto tempo para tocar no Brasil", responde, por telefone, o tecladista Robert Lamm, um dos cantores e fundadores do Chicago, que finalmente se apresenta no Rio, hoje, às 21h, em dupla com outra veterana banda do pop, o America, na Arena Multiuso.

Segundo Lamm, são duas horas de show, com lugar para os sucessos e alguns lados B, em que eles exploram a trilha jazz-rock que teve o Chicago como um dos desbravadores. O repertório também incluirá canções especialmente selecionadas para o Brasil a partir de uma pesquisa feita pelo grupo, como "Baby, what a big surprise", "Hard to say I'm sorry" e "Happy man".

O Chicago foi o primeiro grupo na história a receber, em 1978, o prêmio Gold Ticket, no Madison Square Garden, em Nova York, por vender mais de cem mil ingressos. Venderam até hoje mais de 120 milhões de discos. Com mais de 40 anos de estrada, o Chicago é conhecido por suas baladas românticas. Ao longo da carreira, conquistaram 22 discos de ouro, 18 de platina e oito álbuns multi-platinum.

Da formação original da banda, criada em 1967, continuam Lamm e o naipe de metais, formado por Lee Loughnane (trompete), James Pankow (trombone) e Walt Parazaider (saxofone), reforçados por Keith Howland (guitarra), Jason Scheff (baixo e vocais), Tris Imboden (bateria), Lou Pardini (teclados e vocais) e Drew Hester (percussão). Nos últimos anos, o grupo fez excursões em dupla com o Earth, Wind & Fire - registrada num DVD - e, este ano, com os Doobie Brothers. No fim de 2010, eles lançarão um disco com canções de Natal, produzido por Phil Ramone.

- Misturamos alguns clássicos, mas com versões bem diferentes, e composições originais - diz Lamm, contando que o grupo voltará ao estúdio no fim do ano para gravar um novo álbum.

Num momento em que o grande mercado da música americana parece dividido entre o hip-hop e o country, gêneros quase antagônicos, a fusão de estilos que sempre caracterizou o Chicago pode soar anacrônica. Mas Lamm vê luzes no meio do túnel.

- Se hoje o mainstream está muito mais fechado, o lado positivo é a proliferação de selos independentes com liberdade para variados tipos de música. O download na internet também permite que a gente escute muita música boa, há até mais oferta, mesmo que seja difícil encontrar esses discos e artistas.

Além do Chicago, Lamm fez cinco discos solo. Em meados dos anos 90, também formou um trio com Gerry Beckley (do America) e Carl Wilson (dos Beach Boys), que gravou um único CD, "Like a brother", lançado em 2005.

- Infelizmente, o disco saiu após a morte de Carl, que tinha uma das vozes mais bonitas do pop. Na época em que nos juntamos, estávamos meio frustrados por ficar trancados numa banda, e aquela foi uma ótima maneira de respirar novos ares - explica Lamm, que tem um carinho especial por seu último solo, "The bossa project", lançado há dois anos. - É meu tributo à bossa nova. Tem até um tema de Tom Jobim, "Águas de março".

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Chicago - If You Leave Me Now [Live]

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