Vídeo: jane duboc - sonhos - tema da novela fera radical
Apesar da turnê deste disco só se iniciar em março deste ano, Jane vem colhendo a satisfação pessoal em, finalmente, realizar um dos seus maiores desejos. "É o CD que eu sempre quis fazer. Um dia (a empresária) Lília Klabin me perguntou o que eu queria ter feito e não fiz. E era isso. Quando me foi dado um sinal aberto para o projeto, reuni os amigos pra fazer os arranjos. Sonho com isso desde 1971", comenta Jane, que conviveu de perto com o instrumentista. "Viajava de trem com ele. Conheci a família inteira. Além do carinho, eu aprecio de perto todo o processo de criação do Egberto. Assim, você enxerga um outro lado. Ele tem uma energia e uma dimensão diferentes, principalmente pela maneira como trata o erudito e o popular", explica a cantora a respeito do autor que estreou em disco em 1969, quando lançou um álbum com seu próprio nome.
Com mais de 30 trabalhos lançados, Egberto enveredou sua carreira no experimentalismo sonoro, o que Jane preferiu deixar de lado na hora de interpretar as canções do amigo. "Eu gravei tudo em um mês. As músicas e os arranjos estavam frescos na minha cabeça. Para gravar, o Egberto me mandou cerca de 60 canções. Elas, naturalmente, foram fazendo um roteiro em termos de letras. É interessante como as músicas mandam na gente. Mas eu já tinha certeza que gravaria ‘Água e Vinho’, ‘Janela de Ouro’, ‘Canto da Espera’ e várias outras que eu já havia gravado com ele ", afirma. "O engraçado é que outro dia recebi um e-mail de um fã de Vitória, dizendo: ‘eu não sabia que CD tinha vida’. Isso me emocionou muito", revela Jane, que também está finalizando um CD em homenagem a Ella Fitzgerald, feito em parceria com Victor Biglione.
Estúdio
Apesar de prestar homenagem a Egberto, Jane preferiu não contar com a participação do mesmo na gravação do álbum. "Ele não participou ativamente do disco. A gente até pensou em fazer um trabalho em duo. Mas como ele é muito forte e uma presença impressionante, o projeto ia ficar com a cara dele. Assim, desse jeito como está, eu coloquei o meu dedo. Ficou uma outra leitura. Para trabalhar com ele, você tem que estar com tudo debaixo do dedo. Tem que estudar muito. Eu toquei violão e piano com o Egberto na década de 70. Eu estudava, estudava... não podia errar. Ele é perfeccionista. Por isso que ele chegou onde chegou", comenta a cantora, nascida em Belém, Estado que criou um prêmio de esporte em homenagem a ela, por conta de sua carreira no tênis de mesa. "Fui campeã paraense de tênis de mesa. O esporte me ensinou a aprender a ganhar, a perder, a dividir, a ter treinamento, a administrar o ego, a ter disciplina, a cuidar da saúde".
Jane Duboc nasceu em 1950 na Ilha do Mosqueiro, ambiente que serviu de locação para a bucólica sessão de fotos do encarte de seu novo disco. Aos 17 anos, após ganhar uma bolsa de estudos, foi estudar nos Estados Unidos, onde atuou como cantora, instrumentista e professora. De volta ao Brasil em 1977, gravou dois discos, tendo participado de especiais da TV Globo. O primeiro disco solo, "Languidez", só foi lançado em 1980, tendo participações de Toninho Horta, Djavan e Sivuca. A partir de então, ela participou de gravações de mais de 100 discos.
Ouça
Jane Duboc
CD "Canção da Espera"
Biscoito Fino 12 faixas
Quanto: R$ 25
Fonte: A Gazeta - Vitor Lopes
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