Ex-membros da banda mexicana cantam neste domingo (27) no Rio.
“Ela vai fazer a apresentação dela e eu faço a minha, depois cantamos juntos o novo single 'Libertad'”, disse Christian Chávez ao G1 antes de se apresentar em São Paulo ao lado de Anahí, ex-companheira da banda RBD, neste sábado (26). Nos planos de Chávez não havia sequer uma brecha para canções da novela “Rebelde”, produzida pela rede Televisa, do México, e exibida no Brasil entre 2004 e 2006.
Foi tudo mais ou menos como o cantor adiantou, mas uma música no começo do show de Anahí, o último da noite, fez a diferença para os cerca de cinco mil fãs que perderam a voz no Via Funchal. “Feliz cumpleaños” não está entre as músicas mais conhecidas do RBD. Mesmo assim, foi lucro para aqueles que só esperavam canções pós-‘Rebelde’.
Anahí e Christian relembram RBD em show em SP (Foto: Daigo Oliva/G1)
A música mais celebrada da noite foi anunciada com um pequeno discurso da cantora. “Prometemos e aqui estamos outra vez. Eu sei que vocês sempre cumprem as promessas. Obrigado por não me deixarem sozinha. Prometi que iríamos retornar”, anunciou em espanhol, dando pistas de que poderia cantar algo do RBD.
“Para mim, ele é parte da minha familia, apesar do tempo e da distância”, disse sobre seu ex-colega de grupo. “Inseparáveis, inseparáveis...”, respondeu a plateia em coro, algo que deve se repetir neste domingo (27) no Vivo Rio.
Christian: na cola de Lady Gaga
Antes do hit festivo, Christian Chávez aproveita seus 40 minutos de show com músicas de sua carreira solo. Ao som de batidas eletrônicas nervosas, a sombra do cantor em um painel branco com seu nome anuncia que é hora de poperô.
Já na primeira música, “Almas transparentes”, o rapaz que muda de cor e corte de cabelo como quem troca de roupa mostra aos desavisados o rumo (eletrônico) tomado por ele. Em “Sexy boy”, canta em péssimo inglês sobre seu lado sensual distribuindo mordidas de lábio inferior, reboladas e piscadas para garotas de 12 a 18 anos. Elas respondem bem à provocação, com gritos de “Lindo, tesão, bonito e gostosão”.
O som e a performance do cantor, que saiu do armário em 2007, são delineados por batidas à Lady Gaga. Os arranjos, provavelmente pinçados de boates gays, dão trégua com “Seguirme y te seguiré”, que faz lembrar a trilha da novela em que foi revelado. A dramática xaropada pop rock “En donde estás?” também remete aos tempos de RBD.
Anahí: ainda no pop rock
Na sequência, a banda Matute, que sempre abre os shows de Anahí, dá uma esfriada no público com set curto que termina com cover pavorosa de “Celebration”, do Kool & The Gang. Às 22h, Anahí finalmente cai no palco.
Ela chega do alto, pendurada por cabos, como se fosse uma marionete e começa uma dança supostamente chocante. Com roupas que economizam no pano, de micro saia e nano top, ela canta a colante “Quiero”. A faixa deixa claro que seu show vai menos pelo pop dançante americano do que o de Chávez.
No pop rock “Gira la vida”, quando fotos de fãs aparecem no telão, mostra que a paixão declarada por Lady Gaga não contamina todo seu repertório. As lentas “Hasta que llegues tu” e “Aleph”, inspirada no livro de mesmo nome de Paulo Coelho, tratam de diminuir o ritmo um pouco. Quase sempre com a barriga se fora, Anahí tem sua lavra solo mais colada com o repertório do RBD.
Na mais que sofrida “El me mintio”, quando veste um longo vermelho, ela canta como se precisasse provar que existe vida (artística) pós-RBD. Se existe ou não, o show de Anahí é muito menos canhestro do que o de Christian.
Braulio Lorentz
Do G1, em São Paulo
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