segunda-feira, 4 de março de 2013

The Strypes, com garotos de 15 e 16 anos, faz som da década de 1960 e se torna febre.


The Strypes, com garotos de 15 e 16 anos, faz som da década de 1960 e se torna febre
A partir da esquerda, Evan Walsh, Pete O'Hanlon Josh McClorey e Ross Farrelly

Quatro moleques irlandeses com idades entre 15 e 16 anos estão bagunçando a cena musical lá pelos lados britânicos.

O nome deles é ótimo: espécie de mistura entre White Stripes e The Strokes, batizaram a banda de The Strypes.

Se vestem como gente grande, de óculos escuros e tudo, chamaram a atenção graças a uma regravação de um blues dos anos 1960 do guitarrista americano Bo Diddley e o estica-e-puxa de rótulos que já grudaram neles serve para dar a medida da confusão que estão causando: ou eles são apenas uma bizarra e jovem banda de casamento ou estamos diante dos novos Beatles!


Por mais exagerada que pareça a comparação, e é, a referência ao considerado maior grupo de todos os tempos está desde a estica dos terninhos e cabelinhos tigela até o som, que parece, sim, a pegada da famosa banda de Liverpool e bebe na fonte que Lennon e McCartney beberam: rhythm and blues americano dos anos 1950/60.

Vou repetir as idades de Ross Farrelly (vocalista), Josh McClorey (guitarrista e vocalista), Pete O'Hanlon (baixista) and Evan Walsh (baterista): 15 e 16 anos.

A coisa já tomou proporções de assustar: o estrelado músico veterano Elton John viu o vídeo de "You Can't Judge a Book by Its Cover", a tal cover de Bo Diddley que botou os meninos no mapa e lidera um EP de quatro músicas, e virou mentor imediato da banda, apresentando os garotos a Chris Thomas, produtor do Sex Pistols.

Recentemente, caras como Paul Weller e Noel Gallagher foram vistos em shows dos Strypes, paparicando os meninos nos bastidores depois. Circulou foto do ex-guitarrista do Oasis conversando com os pequenos, como se fosse um tio dando conselhos a seus talentosos sobrinhos.

Representante de uma certa nova geração de bandas britânicas já não tão novas, o guitarrista Carl Barat, do Libertines, foi ao Twitter proclamar seu encantamento com o grupo de Cavan, na Irlanda: "Acabei de ver uma das melhores bandas surgidas nos últimos anos. Estou genuinamente excitado".

STONES TAMBÉM?

O importante diário inglês "The Guardian" viu show recente em Manchester e só não deu cinco estrelas (deu quatro) para não pegar mal. E meteu uma outra banda no caldeirão de influências.

Com todo cuidado, o repórter escreveu que por alguns minutos sentiu que a experiência de ver os meninos ali era como testemunhar os Rolling Stones no Marquee em 1962, citando a banda de Mick Jagger nos shows em importante clubinho de Londres que não existe mais.

Dia 14 eles iniciam série de três shows por cidades inglesas, para testar o alcance da banda: Londres, Nottingham e Liverpool. Desnecessário dizer que os ingressos estão esgotados. Parece que ainda vamos ouvir falar muito desses tais "novos Beatles".

Lúcio Ribeiro
FOLHA

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