terça-feira, 9 de setembro de 2008

Michael Jackson e Madonna: o pop tem um rei ou uma rainha?

O pop tem um rei ou uma rainha?
Michael Jackson e Madonna nasceram no mesmo mês do mesmo ano. Os dois são considerados os reis do pop - se é que o gênero comporta duas majestades
THIAGO CID
Fotomontagem sobre fotos / AP

Aos 13 anos de idade, enquanto Michael Jackson já estava nos palcos, Madonna Louise curtia sua adolescência. Desde a infância os dois já mostravam um visível talento para dança. A partir do momento em que se lançaram nos palcos, era impossível negar que ali estava seu futuro, seu habitat natural. E os dois se consagraram embalando as noitadas dos anos 80.

Mas a trajetória dos dois não foi nada parecida. Michael Jackson despontou para a fama com apenas seis anos. Aos nove, assinou seu primeiro contrato com uma gravadora de renome. Aos 11 apareceu na TV pela primeira vez e emplacou seu primeiro single, que chegou ao topo das paradas de sucesso americanas. O rigor com que o próprio pai mantinha a banda dos irmãos Jackson fez com que Michael não tivesse infância. Ele nunca conheceu o conceito de afetividade. Isso criou uma personalidade que não conseguiu resistir às tentações do sucesso e se embrenhou em um caminho aparentemente sem volta por escândalos.

Madonna também não teve uma infância feliz. Perdeu a mãe aos cinco anos e não tinha uma boa convivência com a madrasta e mais sete irmãos. Saiu de casa assim que pôde e abandonou a faculdade para seguir seu sonho: dançar. Com uma imagem de rebelde e até mesmo depravada, Madonna deixou claro com o passar dos anos que a sabia conciliar bem a personalidade rebelde com a postura de uma mulher de negócios, sóbria na condução da própria carreira.

Em seu primeiro álbum solo, Michael Jackson se firmou como sumidade da música pop. Ele deixou mais palatável a música negra americana - mais específicamente o funk e o soul - acrescentando a ela toques de rock, jazz e baladas pop. No fim, sua música não era feita para negros ou brancos: era universal. Sua inovações formais marcaram a batida dos anos 80 e ainda ecoam nos trabalhos de muitos DJs contemporâneos. E não foi só na sonoridade que ele se mostrou inigualável. Sua forma de mexer o corpo, de andar de costas na lua, marcou o passo das pistas de dança. Mas as neuroses da infância se sobrepuseram ao seu talento incontestável. O isolamento em sua mansão só aumentou a intensidade dos boatos sobre suas excentricidades. As denúncias de abuso sexual parecem ter minado todas suas forças criativas. Ainda amado por seus fãs, sempre fiéis, o cinqüentão Michael Jackson de hoje vive de sucessos de duas décadas atrás.

Madonna não inovou muito na forma musical, mas sua atitude serviu de inspiração para todas as gerações de músicos pop até o dia de hoje. Não que sua música não tivesse qualidades. Ao contrário. Sempre orientada por grandes produtores, suas faixas são sucesso absoluto nas pistas. Além de dançantes e muito bem estruturadas formalmente, elas mostram a letrista sensível que Madonna é. Suas palavras refletem claramente os conflitos da mulher moderna. A dicotomia entre sexo e religião é a marca de sua obra. Ora fetichista, ora intimista, Madonna deixou claro que a mulher pode satisfazer suas mais loucas vontades e ainda assim progredir na vida profissional. Ela mostrou que a maternidade não significa repressão da sexualidade. Aos 50 anos, é sinônimo de juventude e continua lançando trabalhos relevantes no mundo pop.

Uma característica comum aos dois artistas foi saber aproveitar o nascimento do videoclipe. Suas faixas fizeram ainda mais sucesso por causa da fusão entre música e imagem em grandes produções - como o arrebatador Thriller, de Jackson.

Michael Jackson inovou na fórmula, Madonna inovou nas letras e na atitude. Ambos são absolutos na dança. Em sua opinião, quem leva a coroa? Compare os principais pontos da carreira desses dois astros.

Fotomontagem sobre fotos / AP

Revista Época

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu amei o post. Eu gosto qdo o autor escreve falando sobre dois grandes cantores da industria musical, sem denegri-los e principalmente sem defender o q gosta mais. Cada um contribuiu e contribui para música mundial a sua maneira, não há motivos para brigar com isso. Mais uma vez ótimo post.