Detonautas Roque Clube - Você me faz tão Bem - Atitude.Com
A história do Detonautas Roque Clube merece atenção especial, independente dos lançamentos do grupo. A banda que começou na internet, marcada pela dedicação dos integrantes, mais tarde enfrentou a tragédia da morte de um dos guitarristas (Rodrigo Netto, assassinado violentamente no Rio de Janeiro, em junho de 2006). Formado por Tico Santa Cruz (vocal), Renato Rocha (guitarra), Tchello (baixo), Fábio Brasil (bateria) e o DJ Cleston (picapes e percussão), o grupo roqueiro passou por mudanças profundas também em suas músicas.
Isso pode ser conferido em seu quarto disco de estúdio, "O Retorno de Saturno", que acaba de chegar às lojas pela gravadora Sony BMG. Mudança principal: as letras estão mais diretas, retratando a dura realidade do dia-a-dia do brasileiro. São 11 faixas em que Tico Santa Cruz (autor de todas as letras) discursa sobre violência, a morte do amigo de banda e, também, sobre o amor.
A sonoridade do disco também está diferente. Mais trabalhadas, as músicas cresceram e ganharam maturidade com arranjos mais roqueiros, levadas menos óbvias e uma preocupação maior com a qualidade – um cuidado que começou no disco anterior da banda, "Psicodeliaamorsexo distorção".
Fernando Magalhães (guitarrista do Barão Vermelho) e Tomás Magno somaram esforços com o grupo e capricharam na produção do disco, que foi gravado e mixado no estúdio Toca do Bandido, no Rio. Como resultado, várias músicas são sérias candidatas a hits roqueiros. A faixa-título, por exemplo, abre o disco com um refrão grudento. Já "Nada é Sempre Igual" tem um quê de Legião Urbana.
"Oração do Horizonte" traz letra que prega o amor como a única revolução verdadeira ("E onde o amor for infinito que eu encontre o meu lugar/ E que o silêncio da saudade não me impeça de cantar/ Talvez você me encontre por aí/ Quem sabe a gente possa descobrir no amor/ Sonhos iguais/ Noites de luz/ Que os dias de paz/ Estão em nós", diz a letra). O guitarrista Rodrigo Netto é lembrado em "Verdades do Mundo" – uma espécie de conversa entre Tico e o ex-companheiro de banda.
Engajamento
O lado político da banda se faz presente em "Enquanto Houver", uma crítica direta aos políticos ("Meu amor/ Enquanto isso no Congresso/ Eles roubam o país") e em "Eu Vou Vomitar em Você" ( o título já entrega o manifesto), que ainda tem refrão com "Aa Uu", música incidental dos Titãs.
Depois de três discos lançados – "Detonautas Roque Clube", de 2002; "Roque Marciano", em 2004, e o já citado "Psicodeliamorsexo distorção", em 2006 – a banda, que começou em 1997, quando Tico (no Rio) e Tchello (na Bahia) se conheceram por um chat, mostra que ainda tem fôlego para fazer rock, mesmo com as dificuldades que encontraram pelo caminho.
Também fica claro que a banda não fechou os olhos para os acontecimentos à sua volta e escolheu falar abertamente sobre o que sente e vê. O posicionamento político é importante, em um mercado em que o pop comercial domina e é um modo mais fácil de se conseguir sucesso. Prova desse engajamento é o envolvimento da banda em ações sociais, que vão além dos shows e da música – eles participam de protestos e manifestações. Um ponto positivo que, independente do potencial inovador do álbum novo, conta muito.
gazetaonline.com.br
A história do Detonautas Roque Clube merece atenção especial, independente dos lançamentos do grupo. A banda que começou na internet, marcada pela dedicação dos integrantes, mais tarde enfrentou a tragédia da morte de um dos guitarristas (Rodrigo Netto, assassinado violentamente no Rio de Janeiro, em junho de 2006). Formado por Tico Santa Cruz (vocal), Renato Rocha (guitarra), Tchello (baixo), Fábio Brasil (bateria) e o DJ Cleston (picapes e percussão), o grupo roqueiro passou por mudanças profundas também em suas músicas.
Isso pode ser conferido em seu quarto disco de estúdio, "O Retorno de Saturno", que acaba de chegar às lojas pela gravadora Sony BMG. Mudança principal: as letras estão mais diretas, retratando a dura realidade do dia-a-dia do brasileiro. São 11 faixas em que Tico Santa Cruz (autor de todas as letras) discursa sobre violência, a morte do amigo de banda e, também, sobre o amor.
A sonoridade do disco também está diferente. Mais trabalhadas, as músicas cresceram e ganharam maturidade com arranjos mais roqueiros, levadas menos óbvias e uma preocupação maior com a qualidade – um cuidado que começou no disco anterior da banda, "Psicodeliaamorsexo distorção".
Fernando Magalhães (guitarrista do Barão Vermelho) e Tomás Magno somaram esforços com o grupo e capricharam na produção do disco, que foi gravado e mixado no estúdio Toca do Bandido, no Rio. Como resultado, várias músicas são sérias candidatas a hits roqueiros. A faixa-título, por exemplo, abre o disco com um refrão grudento. Já "Nada é Sempre Igual" tem um quê de Legião Urbana.
"Oração do Horizonte" traz letra que prega o amor como a única revolução verdadeira ("E onde o amor for infinito que eu encontre o meu lugar/ E que o silêncio da saudade não me impeça de cantar/ Talvez você me encontre por aí/ Quem sabe a gente possa descobrir no amor/ Sonhos iguais/ Noites de luz/ Que os dias de paz/ Estão em nós", diz a letra). O guitarrista Rodrigo Netto é lembrado em "Verdades do Mundo" – uma espécie de conversa entre Tico e o ex-companheiro de banda.
Engajamento
O lado político da banda se faz presente em "Enquanto Houver", uma crítica direta aos políticos ("Meu amor/ Enquanto isso no Congresso/ Eles roubam o país") e em "Eu Vou Vomitar em Você" ( o título já entrega o manifesto), que ainda tem refrão com "Aa Uu", música incidental dos Titãs.
Depois de três discos lançados – "Detonautas Roque Clube", de 2002; "Roque Marciano", em 2004, e o já citado "Psicodeliamorsexo distorção", em 2006 – a banda, que começou em 1997, quando Tico (no Rio) e Tchello (na Bahia) se conheceram por um chat, mostra que ainda tem fôlego para fazer rock, mesmo com as dificuldades que encontraram pelo caminho.
Também fica claro que a banda não fechou os olhos para os acontecimentos à sua volta e escolheu falar abertamente sobre o que sente e vê. O posicionamento político é importante, em um mercado em que o pop comercial domina e é um modo mais fácil de se conseguir sucesso. Prova desse engajamento é o envolvimento da banda em ações sociais, que vão além dos shows e da música – eles participam de protestos e manifestações. Um ponto positivo que, independente do potencial inovador do álbum novo, conta muito.
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