Críticos apontam nomes a suceder cantora inglesa.
RIO - Quando Amy Winehouse foi encontrada morta, uma semana atrás, uma inglesa de 23 anos estava muito bem instalada no topo das paradas, quase quatro anos depois de ter sido apontada como "a nova Amy". Lançado em janeiro, "21", segundo álbum de Adele, é o disco mais procurado do planeta nas últimas semanas, somando 8,2 milhões de cópias vendidas. Com algum açodamento, pode-se até dizer que ela tenha saído na frente, mas a verdade é que um considerável número de cantoras do Reino Unido tem se habilitado, de diferentes formas, a encontrar seu lugar no vácuo deixado por Amy Winehouse e não preenchido.
Adele Laurie Blue Adkins não parece ter essa pretensão. Despida da pose que se esperaria de artista pop dona do mundo, a cantora disse, quando soube da morte de Amy: "Ela abriu o caminho para artistas como eu e fez com que as pessoas voltassem a ficar animadas com a música britânica."
- Adele é aquela garota-como-outra-qualquer. Muito menos volátil que Amy, mas com uma voz poderosa e o carisma que atrai as pessoas - analisa Will Hodgkinson, jornalista da revista inglesa "Mojo", que assina a reportagem de capa sobre a finada diva.
O sucesso da música "Rolling in the deep" (clique para ouvir) , de "21" (disco que foi um dos indicados para o Mercury Prize), fez com que Adele enfim se destacasse do time de cantoras britânicas, em sua maioria brancas, com vozes negras e uma fixação (musical, visual) pela soul music dos anos 1960. Um campo no qual, mesmo sem lançar disco desde 2006, Amy Winehouse era a soberana absoluta.
Adele |
Antes de Adele, quem tinha chegado mais próximo de Amy era Duffy (clique aqui para ouvir) , galesa que seguiu uma linhagem de cantoras britânicas brancas de soul (Dusty Springfield, Petula Clark) e que bateu firme nas paradas com "Rockferry", disco de 2008 que rendeu até um Grammy à cantora. Duffy voltou ano passado, em moldura mais contemporânea, com o álbum "Endlessly", e não encontrou o mesmo sucesso. E na linha negra-retrô, há que se lembrar ainda de outra inglesinha: Joss Stone, atração do próximo Rock in Rio, que movimentou os anos 2000 e vendeu milhões de discos com algumas recriações de sonoridades funky setentistas. Sem uma marca estilística tão forte como a de Amy, Joss passou por algumas reinvenções e não recuperou o êxito do início da carreira, quando era uma lourinha de 16 anos cantando como uma negra de 60 (clique para ouvir).
duffy |
Uma sucessora Amy avalizou pessoalmente: Dionne Bromfield (clique para ouvir), cantora que apareceu em 2009, aos 13 anos, cantando velhos clássicos do soul com a naturalidade de uma veterana. A madrinha fez o que pôde por ela, com suas boas conexões no mercado. Mas o futuro da menina, hoje com 15, é uma incógnita. Afinada, mas jovem - e talvez inocente - demais, ela pode não ter o estofo necessário para o posto.
Dionne |
alice gold |
- Alice era babysitter do casal real de Luxemburgo e foi despedida porque fumou um baseado no seu quarto. Ela tem o mix certo de rebeldia e profissionalismo para se tornar esse tipo de cantora meio desarrumada e emocionalmente poderosa que os britânicos adoram - diz Hodgkinson.
Alice inglesa - a Russell |
Silvio Essinger (o globo)
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