terça-feira, 1 de abril de 2008

Inclassificável: Ney Matogrosso volta em plena exuberância

Vídeo: "Inclassificáveis" Show Ney Matogrosso Canecão


Ney Matogrosso volta em plena exuberância com 'Inclassificáveis'

Álbum promete ser um dos melhores lançamentos da MPB em 2008.
Compositores novos e veteranos se misturam em repertório pop.

O nome é “Inclassificáveis”. Mas o novo álbum de Ney Matogrosso permite inúmeras classificações: sexy, roqueiro, politizado, pop... Sem esquecer a de candidato a melhor lançamento da MPB deste ano que mal começou.

A sensualidade está por toda parte. Na volta do visual exuberante dos anos 70 logo na capa do disco em que o cantor usa um colante cheio de brilhos desenvolvido pelo estilista Ocimar Versolato. E se estende para canções sacaninhas como “Ouça-me”, parceria de Itamar Assumpção e Alice Ruiz. “Você eu tenho que ter, meu amor, pra poder comer”, canta Ney num tom lascivo só dele.

Sexy é também o tango-bolero, que inusitadamente ganha guitarras espertas, “Veja bem, meu bem”. A letra é de Marcelo Camelo, na medida certa para a interpretação rasteira, quase dramática, de Ney. Da mesma linhagem é “Mente, mente” (“me aperte furiosamente, mente, mente”).

E ele, que canta na letra de “Lema” (Carlos Rennó/Lokaua Kanza) que “jamais vou dar fim ao menino em mim” cumpre a promessa. Rejuvenesce as músicas já juvenis de Cazuza, “O tempo não pára” e “Por que a gente é assim?”.

“Ode aos ratos”, canção social de Chico Buarque que descreve metaforicamente o caos urbano brasileiro, num primeiro momento parece destoar do resto do álbum. Mas Ney está de olho no presente, e seu “museu de grandes novidades”. Então “Ode aos ratos” faz sentido ao lado de “Inclassificáveis” (“que preto, que branco, que índio, o quê?”), e do clássico tropicalista “Divino maravilhoso”.

A melhor música do álbum, e a que talvez resuma a “inclassificável” boa forma musical do cantor, é “Leve”, parceria de Iara Rennó e Alice Ruiz. “Ser feliz ou não, questão de talento” diz a letra, perfeita para Ney Matogrosso, em fase de exuberância plena.


Fonte: G1

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